16 de agosto de 2012


Existe defeito pior que esse meu de lembrar de tudo?
De frases soltas, flores, cartões, bilhetes e embalagens de presente que eu insisto em guardar? Que sempre me fizeram crer que de algum modo, quando tudo inevitavelmente chega-se ao seu fim, eu ainda teria uma prova de que foi real.
Eu não preciso de nada disso, pois ainda me lembro como se tudo tivesse ocorrido nessa manhã.
Cacos espalhados por todos os lados, e eu ali com os pés no chão, lágrimas que ocupavam todos os cantos vazios do quarto, mas que não conseguiam atravessar nenhuma das barreiras já impostas, e de nada elas serviam alem de trazer um pouco de alivio, por que por mais que houvesse resistencia nada que eu fizesse poderia realinhar as estrelas.
Anos já se passaram, e eu ainda encontro rabiscos desses tempos, frases desconectas em uma folha qualquer, e tudo parece ter sido ontem, e me levam a escrever mais, sem inicio, meio ou fim. Só que hoje sem esperar mais nada, nem adeus, ou uma última cena, nada disso me faria mudar de novo. Então apenas lhe agradeço pelo elogio dos olhos. Guardo algumas lembranças suas, e as mudanças que provocou em mim.

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Depois de ler minhas palavras, me encontro ansiosa para ler as suas! ;)