16 de novembro de 2011

O Regresso

[ leia as "visitas" anteirores aqui e aqui]
Já faz tanto tempo que não nos vemos! Era o que se passava pela minha mente naquela noite de novembro. O tempo é tão inconstante, não é? Nos arrasta como se fossemos peixes, com dificuldade em nadar em uma maré muito forte.
Mas, afinal, quantas vezes mais ele vai me comprovar que a magia não está só nos livros? Foi o que eu pensei quando me deparei com Gabriel batendo na minha janela.
- Como você sabia que eu estava com saudades? [ eu perguntei, sacudindo seu cabelo molhado]
- Você sente, eu sinto. Eu te disse. Nós somos um. [ ele disse como se fosse a coisa mais natural do mundo]
- Como você faz isso?
- Isso o que?
- Me faz acreditar, que alguns caras ainda sabem a coisa certa a se dizer.
- E ainda dizem que sou eu que deveria te proteger. Mal sabem eles, que é você que sempre me salva [ ele disse me abraçando mais forte].
- Isso quer dizer que o céu não é assim, tão surreal? [ eu perguntei contra o seu peito].
- Eu não estava no céu. Estava aqui, todo esse tempo.
- Porque?
- Porque eles me ofereceram o céu, mas eu já estava no paraíso.
- Eu sentia falta disso. Da falta de espaço no seu abraço [eu suspirei] - Mas porque você levou tanto tempo para voltar?
- Foi uma punição. Eu não deveria deixar brechas para certos sentimentos entre nós. E minha punição, foi não deixa-la me ver por algum tempo [ ele disse, e suspirou pesadamente].
- E você obedeceu? [ eu perguntei irritada].
- Eu não tive escolha [ ele se desculpou].
- E se tivesse, você me escolheria?
- Se você fosse uma das alternativas, eu jamais teria que escolher [ ele afirmou].
- Deve mesmo existir um Deus. Porque você é um anjo [ eu suspirei acariciando o seu rosto].
- Mas é isso que eu sou. Seu anjo. E jamais deveria faze-la sofrer.
- Que seja. Ninguem é perfeito... mas alguns valem a pena.
- Não quero deixa-la sozinha em seus dias cinzas novamente.
- E o que devemos fazer para que isso não aconteça?
- Para isso, eu tenho que cumprir minha função, que é protege-la. Como um amigo, como seu melhor amigo.
- Sinto muito menino, eu sou muito clichê, e sempre acabo me apaixonando pelo meu melhor amigo.
- Talvez eu não queira ser clichê, e fazer a mocinha dessa história sofrer.
- Tenho certeza que não. Você é o cara que vai faze-la feliz.
- E se eu não for capaz de fazer isso? [ele perguntou aproximando seu rosto do meu].
- Não se preocupe. Eu tenho certeza que meu anjo vai continuar tentando [eu disse selando nossos lábios].

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Depois de ler minhas palavras, me encontro ansiosa para ler as suas! ;)